PSEUDOGESTAÇÃO OU PSEUDOCIESE - Saiba o que é e como previnir
A pseudogestação, conhecida também pelo nome de pseudociese ou falsa gestação, pode ser considerada uma síndrome que ocorre em animais não gestantes. É muito comum sua ocorrência em cadelas, geralmente entre 6 a 14 semanas após a cadela entrar no cio (estro).
Existem algumas teorias que explicam o aparecimento desta síndrome. Uma delas é que o aumento da concentração plasmática de prolactina após o metaestro (período de ovulação), irá levar à uma produção de leite pelas glândulas mamárias e também à manutenção do corpo lúteo. Este, por sua vez, secreta progesterona, hormônio responsável por manter a gestação, cerca de 60 dias após a ovulação. Como não há a presença de nenhum hormônio que lise (destrua) o corpo lúteo no caso de ausência de fertilização, o nível hormonal em animais gestantes e não gestantes é o mesmo.
Acredita-se que todas as cadelas apresentem falsa gestação, entretanto, somente algumas manifestam os sinais clínicos desta alteração.
Além do período pós-ovulação, existem outras situações onde o animal pode desenvolver a pseudociese:
Durante e após o término de um tratamento com progestágenos (hormônios similares à progesterona);
Após um tratamento com prostaglandina (estrógeno e progesterona);
Cerca de 3 a 4 dias após a castração total da fêmea (ovariohisterectomia) durante o período de diestro;
Em todos esses casos, há uma exposição à progesterona e, um posterior decréscimo no nível desse hormônio.
Os sinais observados nesta alteração são: aumento das glândulas mamárias com ou sem produção de leite; adoção de objetos inanimados ou de filhotes de outras fêmeas; preparação do “ninho” para o local do parto; lambedura do abdômen; agressividade, ganho de peso e/ou anorexia. Existem outros sinais que são pouco comuns, como: êmese (vômito), diarréia, distensão e contração da parede abdominal, poliúria (aumento do volume urinário), polidipsia (sensação de sede), polifagia (fome excessiva e ingestão exagerada de alimentos sólidos).
O diagnóstico é feito baseado na história, sinais clínicos e comportamentais apresentados pela fêmea algum tempo após o período de estro.
Após uma gestação verdadeira, o comportamento retorna ao normal dentro de 4 a 8 semanas após o animal parir (período que o animal para de amamentar). Sendo assim, espera-se que os sintomas apresentados na pseudociese cessem em um período de até oito semanas. Pode ser feito também um tratamento conservativo, com o uso do colar elizabetano, evitando o estímulo das glândulas mamárias pelo ato de lambedura, ou também, através da restrição da ingestão hídrica por um período de 5 a 7 noites, além do uso de fármacos esteróides ou antiprolactínicos. Dependendo do caso, pode ser feito um tratamento cirúrgico, que consiste na castração da fêmea.
Quando o comportamento materno é exagerado, deve-se desviar a atenção do animal estimulando-o a realizar atividades físicas. Já em casos de agressividade, pode ser feito o uso de tranquilizantes nos animais.
Há especulações que relacionam a pseudociese com tumor de mama, devido ao estímulo das glândulas mamárias em fêmeas que apresentam a alteração em vários ciclos estrais, por isso é recomendado o tratamento desta alteração.